Com o avanço das mudanças climáticas, a produção de café enfrenta desafios significativos devido ao aumento das temperaturas e à escassez hídrica. No entanto, pesquisas recentes oferecem esperança para a sustentabilidade da cafeicultura.
Uma das descobertas mais promissoras é a redescoberta da espécie Coffea stenophylla, nativa da África Ocidental. Esta variedade demonstrou tolerância a temperaturas até 6 °C mais altas do que o café arábica tradicional, além de possuir um perfil sensorial semelhante, com notas frutadas e baixa acidez. Testes realizados em Serra Leoa confirmaram sua resistência ao calor extremo, e cultivos experimentais estão em andamento para avaliar seu potencial comercial.
No Brasil, a Embrapa Rondônia conduz pesquisas para desenvolver cultivares de café arábica adaptadas a regiões mais quentes, como o estado de Rondônia. Os estudos focam em genótipos com maturação tardia e alta qualidade de bebida, visando atender à demanda por café fino em áreas de baixa altitude e temperaturas elevadas.
Além disso, empresas internacionais estão investindo em biotecnologia para criar variedades de café geneticamente modificadas, capazes de resistir a ondas de calor extremo e outras adversidades climáticas. Essas iniciativas buscam garantir a continuidade da produção de café em um cenário de aquecimento global.
A adoção dessas novas variedades resistentes ao calor é vista como uma estratégia crucial para preservar a cultura do café e assegurar o sustento de milhões de produtores ao redor do mundo. Combinando ciência, inovação e práticas agrícolas sustentáveis, o setor cafeeiro busca se adaptar às mudanças climáticas e garantir o futuro da bebida mais consumida globalmente depois da água.