Um estudo recente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revela uma redução significativa no consumo de arroz e feijão pelos brasileiros ao longo das últimas décadas. Em 1985, o consumo per capita de arroz ultrapassava 40 kg por habitante ao ano, enquanto o de feijão era de aproximadamente 19 kg por habitante. Em 2023, esses números caíram para 29,2 kg e 12,8 kg, respectivamente.
O consumo de feijão no Brasil varia conforme a região, as preferências locais, o tipo de residência (rural ou urbana) e a condição financeira das famílias. Em áreas rurais e entre as classes menos favorecidas, o consumo per capita tende a ser mais elevado, desde que o poder aquisitivo permita o acesso ao alimento.
Durante a pandemia de Covid-19, a Embrapa realizou uma pesquisa entre novembro de 2020 e janeiro de 2021 para avaliar o comportamento dos consumidores em relação ao arroz e feijão. O estudo indicou que, apesar das restrições econômicas e do aumento nos preços dos alimentos, esses itens mantiveram-se como componentes essenciais na dieta brasileira, embora a quantidade consumida tenha sofrido variações.
A redução no consumo desses alimentos básicos pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo mudanças nos hábitos alimentares, maior oferta de produtos industrializados e alterações socioeconômicas. Especialistas alertam que essa tendência pode impactar a segurança alimentar e nutricional da população, além de afetar a sustentabilidade da produção agrícola nacional.
Para reverter esse quadro, iniciativas que promovam a valorização do arroz e do feijão na culinária brasileira, aliadas a políticas públicas de incentivo ao consumo desses alimentos, são consideradas fundamentais.