A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China em abril de 2025 está sendo observada com otimismo pelo setor agroexportador brasileiro, que vê na crise uma oportunidade para ampliar sua participação no mercado internacional, especialmente no asiático.
Na última semana, os EUA elevaram suas tarifas sobre produtos chineses para 145%, enquanto a China respondeu com tarifas de até 125% sobre importações americanas, incluindo itens agrícolas como soja, milho, carne suína e bovina . Esse cenário praticamente inviabiliza o comércio bilateral de produtos agropecuários, abrindo espaço para fornecedores alternativos.
O Brasil, segundo maior exportador mundial de soja, já é um dos principais parceiros comerciais da China. Com a exclusão prática dos EUA do mercado chinês, produtores brasileiros esperam aumentar significativamente suas exportações de grãos e carnes para o país asiático. Analistas do setor apontam que os preços da soja brasileira já começaram a subir, refletindo a maior demanda esperada .
Além disso, a China tem intensificado seus investimentos em infraestrutura no Brasil, visando fortalecer os laços comerciais e garantir o abastecimento de produtos agrícolas. Essa aproximação pode consolidar o Brasil como fornecedor estratégico de alimentos para o mercado chinês, especialmente em um contexto de tensões comerciais prolongadas entre Pequim e Washington.
No entanto, especialistas alertam que o Brasil precisa estar atento a possíveis riscos, como a dependência excessiva de um único mercado e a necessidade de garantir padrões sanitários e ambientais exigidos pelos importadores. Mesmo assim, o setor agropecuário brasileiro se mostra confiante de que a atual conjuntura internacional pode representar uma janela de crescimento para suas exportações nos próximos meses.