A formação e capacitação fora da graduação
Profissionais recém formados têm segurança e habilidade profissional suficiente para desbravar o mercado de trabalho cada vez mais exigente e disputado?
Essa é uma preocupação comum entre recém-formados em Agronomia. Lucca Spessotto Bello, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) conta sua experiência. “O próprio curso de engenharia agronômica demanda um nível elevado de créditos semanais, porém a maioria das disciplinas obrigatórias em si não se aprofundam no conteúdo de modo que o aluno faça a disciplina e domine na prática o assunto passado. Isso resulta numa sensação de despreparo para o mercado de trabalho”, comenta o estudante veterano.
E como acompanhar as constantes novidades tecnológicas desse mercado? Estudantes apontam a dificuldade de acesso a esse conhecimento aplicado no ambiente universitário. Lucca afirma que apesar de centros de pesquisa e extensão permitirem uma introdução dos alunos às tecnologias e ferramentas exigidas no mercado de trabalho, a acessibilidade para o aprendizado é escassa.
Além da formação técnica, o mercado de trabalho demanda habilidades que não são exploradas formalmente ao longo da graduação. Lucca destaca que conhecimentos básicos do Pacote Office, domínio da língua inglesa, dentre outras ferramentas tornaram-se essenciais para profissionais que estão iniciando no mercado de trabalho.
Os setores do mercado
O diretor de Comunicação e Marketing da CONFAEAB, Gilberto Fugimoto, comenta que o mercado de trabalho hoje é mais voltado para profissionais autônomos, que priorizam profissionais com formação complementar e de um ajuste dos profissionais para atuarem como profissionais liberais ou empresas.
Essa formação complementar levantada por Gilberto abre oportunidades em grandes campos do mercado de trabalho. Ele analisa que embora empregos estejam cada vez mais escassos, há considerável mercado para autônomos. A experiência profissional aliada a novas visões e posturas fazem com que muitos engenheiros agrônomos encontrem oportunidades de consultoria em setores como de grandes culturas, de cinturões verdes, rastreabilidade de produtos agrícolas e de seguros agrícolas.
A CONFAEAB reúne associações em todos os estados e preza pela valorização profissional. Há, atualmente, uma perda de espaço dos engenheiros agrônomos no mercado de trabalho em decorrência da falta de organização da categoria na busca de novas formas e espaços de trabalho. O reconhecimento pela sociedade do engenheiro agrônomo e suas atribuições profissionais colabora para ampliar sua atuação no mercado num amplo leque de oportunidades.