Uma pesquisa inédita realizada por especialistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) revelou que os vinhos produzidos no Cerrado brasileiro não apenas se igualam, mas em muitos casos superam rótulos consagrados do mercado internacional em quesitos como aroma, sabor e complexidade.
O estudo, conduzido por enólogos e pesquisadores do curso de Engenharia de Alimentos da universidade, analisou mais de 40 amostras de vinhos tintos e brancos de diferentes regiões do Brasil e do exterior. Os vinhos do Cerrado — especialmente os cultivados em áreas de Minas Gerais e Goiás — surpreenderam os jurados em testes às cegas, obtendo notas superiores em avaliações sensoriais.
“Os vinhos do Cerrado têm características únicas por conta do terroir, com grande amplitude térmica, solos bem drenados e colheitas fora da estação chuvosa, o que favorece a qualidade das uvas”, explica a professora e enóloga responsável pelo estudo, Mariana Andrade.
O destaque da pesquisa foi um vinho tinto da safra 2023, produzido em Patrocínio (MG), que conquistou nota máxima de complexidade aromática e equilíbrio. Ele superou rótulos chilenos, argentinos e até franceses durante as degustações.
O resultado reforça o potencial do Cerrado como uma nova e promissora fronteira para a vitivinicultura brasileira, capaz de produzir vinhos de alta qualidade e com identidade própria.
Além disso, o sucesso dos vinhos do Cerrado também trouxe atenção para as ofertas culturais e culinárias da região. As vinícolas estão se tornando destinos para o turismo, oferecendo aos visitantes a oportunidade de desfrutar de degustações e passeios. 
Autoridades locais e nacionais estão reconhecendo o valor econômico e cultural da crescente indústria vinícola no Cerrado. Esforços para apoiar e promover os vinicultores da região estão em andamento, incluindo iniciativas para melhorar a infraestrutura, facilitar as exportações e incentivar práticas sustentáveis. 
